Acima de tudo, combater a intolerância religiosa é celebrar a diversidade!
Deus: Jesus. Alá. Buda. Olorum. As figuras sagradas e a ideia de que há uma divindade por trás da criação do mundo, que rege a vida espiritual, é uma concepção que une bilhões de seres humanos por todo o planeta. Afinal, existe uma dimensão transcendente que nos liga ao sagrado?
Perceba que a crença, ou seja, o acreditar, a experiência de fé, liga inúmeros seres humanos com sentimentos de unicidade: amor, proteção, cuidado, discernimento... Frente à experiência única do existir, nos tornamos únicos quando buscamos compreender por que existimos através da religião.
Muitas vezes, nossa experiência de fé nos faz pensar ou nutrir dentro de nós uma verdade sobre aquilo em que acreditamos. No entanto, quando nos fechamos para as verdades das outras pessoas, ou para as experiências que fazem sentido para os outros além das nossas, nos tornamos indivíduos incapazes de exercer empatia.
Empatia: capacidade ou arte de se colocar no lugar das outras pessoas. Nunca será preciso abandonar as nossas próprias concepções ou deixar aquilo que entendemos como verdadeiro, para ocupar um lugar de compreensão daquilo que não faz parte das nossas crenças.
É urgente a necessidade de aceitarmos as diferenças. Celebrarmos a diversidade enquanto condição que não nos afasta de nós mesmos, mas nos aproxima da potencial possibilidade de nos tornarmos pessoas melhores.
Assim, podemos exercer nossos valores com amor e esperança. E construir pontes que conduzam a vida e a educação religiosa em virtudes éticas, na direção dos direitos humanos, no combate à intolerância e ao preconceito, vivenciando a cultura da paz.
(Fonte da imagem: Alesp)
Paulo Vitor de Oliveira Liberato*
*Psicanalista Clínico, Filósofo e Especialista em Ciências da Religião. Leciona Filosofia e Ensino Religioso.