(EF09ER07X) Identificar, descrever e formular princípios éticos (familiares, religiosos e culturais) que possam alicerçar a construção de projetos de vida
O psicólogo Tal Bem-Sharar, autoridade mundial em como ser feliz, ensina que o essencial é ter bons relacionamentos. E ser capaz de expressar as emoções também ajuda.
A especialidade do psicólogo israelo-americano Tal Bem-Sharar, de 48 anos, interessa a todo mundo: ele é “professor de felicidade”. Ensinar às pessoas como ser feliz fez do curso que ministrou na Havard (sob o prosaico nome de psicologia positiva) o mais concorrido da história da Universidade – 20% dos alunos inscreveram-se para as aulas, que eram opcionais. “Comecei a me interessar pelo tema porque estava insatisfeito com a minha vida, que, olhando de fora, não tinha problema nenhum”, diz Bem – Sharar, autor de dois best-sellers traduzidos para mais de 25 idiomas. Desvinculado do mundo acadêmico, hoje em dia ele se dedica a dar palestras sobre a ciência da felicidade e sobre liderança (este, tema de outro curso que organizou na Havard e se tornou o terceiro mais popular da instituição).
FELICIDADE IRREAL – “O que despertou meu interesse pela felicidade foi minha infelicidade. Eu estava no 2º ano de ciência da computação na Harvard, era excelente aluno, jogava squash no time da universidade, tinha amizades. E sentia-me inexplicavelmente infeliz. Numa manhã em que acordei especialmente deprimido, resolvi pedir transferência para filosofia e psicologia. Estava obcecado por duas questões: porque não sou feliz e como conseguir ficar mais feliz. Descobri que meu problema – e o da esmagadora maioria dos meus alunos – era ter um entendimento completamente equivocado e irreal sobre a natureza da felicidade”.
LEDO ENGANO – “A impressão de que prazer extremo, prestígio na comunidade e ausência de emoções negativas são sinônimo de felicidade não é nova. Os filósofos da antiguidade já sentiam a necessidade de desmentir esse mito. Aristóteles continuamente lembrava aos gregos que o sucesso exterior não leva à felicidade. A questão está ainda mais em voga agora, porque sobre tempo para pensar a respeito dela. Sem precisarem empenhar-se em garantir comida para o dia seguinte e abrigo para o próximo inverno, as pessoas se dão ao luxo, por assim dizer, de refletir e buscar sentido para a vida. O lado desagradável é que ficamos excessivamente exigentes”.
ELES ACERTARAM – “Inúmeros filósofos investigaram a natureza da felicidade. O primeiro a chegar perto do que a ciência veio a comprovar foi justamente Aristóteles. Ele dizia que os dois caminhos para ser feliz são a contemplação – que pode ser entendida como o hábito de cultivar habilidades intelectuais – e a amizade. O segundo foi Lao-Tsé, um dos pais da filosofia chinesa, que há 2500 anos já pregava a necessidade de expressar as emoções negativas. Só mortos e psicopatas não tem sentimentos ruins”.
VIDA COM SENTIDO – “As pesquisas mostram que as pessoas religiosas são mais felizes. Uma das principais razões disso é a crença no sentido da vida. Mas é possível encontrar um propósito para a existência sem ter fé. O ser humano possui a capacidade de ver sentido em qualquer coisa. Você pode passar a vida preenchendo planilhas em um banco e convencer-se de que está ajudando os correntistas a cuidar das finanças”.
AMIGOS PARA SEMPRE – “Relacionamentos são o fator mais importante para determinar o grau de satisfação com a vida. E, por mais clichê que isso soe, 1000 amigos no Facebookk não substituem um amigo no mundo real, e ficar com a família não tem o mesmo efeito quando todos estão mexendo no celular. Meu conselho: reserve tempo para os amigos sem interrupções do WhatsApp. Falando especialmente de relacionamentos românticos, variar assuntos e ideias é mais importante que viagens ou invenções sexuais”.
SIMPLIFIQUE -“Uma das minhas palavras de ordem é simplicidade, e levar uma vida simples requer fazer uma coisa de cada vez. Uma pesquisa mostrou que deixar o e-mail ou outra forma de comunicação abertos enquanto realizamos algum trabalho que necessite de concentração leva a uma perda de 10 pontos no Q.I., o equivalente a não dormir por 36 horas. É o preço a pagar por ser muititarefa”.
A RECEITA – “Israel, onde nasci, está em 11º lugar no ranking dos países mais felizes, à frente dos EUA, em 18º, e do Brasil, em 28º. Alguns fatores contribuem para isso. A cultura judaica prima pelo apego à família, o que reforça os relacionamentos. Um senso de pertencimento e propósito perpassa a nação, criada para abrigar um povo historicamente perseguido. E os israelenses, de modo geral, são muito emotivos. Ligar-se a outras pessoas, sentir-se incluído e manifestar emoções constitui parte importante da fórmula da felicidade.
VEJA. 12 de dezembro de 2018, páginas 94 e 95
SUGESTÃO DE QUESTÕES
1. Escolha uma ideia da entrevista que você tenha gostado para comentar.
2. Explique a ideia de Aristóteles sobre a felicidade.
3. Explique a ideia de Lao-Tsé sobre a felicidade.
4. Em que sentido você poderia simplificar a sua vida como forma de se aproximar da felicidade? Dê um exemplo.
5. Porque as pessoas religiosas são mais felizes?
6. Explique como você entendeu a receita de felicidade de Bem-Sharar.
7. Observe a charge. Em seguida comente o seu sentido.
8. Você se considera uma pessoa feliz? Faça uma reflexão por alguns minutos levando em consideração a entrevista de Ben-Sharar.
Guarde para si.
9. Mais real, menos virtual. Comente a opinião do psicólogo sobre a comunicação virtual.
10. Como Mário Quintana entende a felicidade?
11. PROPÓSITO DE VIDA. Escolha uma meta a ser alcançada em sua vida adulta. (Escreva mesmo que amanhã você possa mudar de ideia)
12. QUESTÃO DE OPINIÃO. O que mais atrapalha a felicidade das pessoas? (Parágrafo de 6 a 8 linhas).
13. O que você diria a uma pessoa que se encontra triste e sem esperança no futuro?
14. Elabore um acróstico com palavras que nos remetam a uma felicidade real, possível de ser conquistada a partir nossas atitudes.
F
E
L
I
C
I
D
Acordar com cheirinho do café
D
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